segunda-feira, 5 de abril de 2010

UM TALENTO CHAMADO GIANMARCO







Amigos, leitores…


Um dos objetivos de ter criado o Museu Fotográfico do Triathlon, foi por ter notado um grande crescimento de praticantes do triathlon em nosso estado, percebi que muitos não tinham idéia de como era o esporte anos atrás, as poucas competições existentes, a pouca informação sobre treinamento, muitas bikes adaptadas, etc. Mas o que mais me chamou atenção é quando falamos em pessoas, seres humanos que realmente fizeram a diferença, um dia em um vestiário comentei sobre um atleta do passado e ninguém sequer tinha ouvido falar, então falei de seu nível técnico e alguém falou: “é, mas naquela época não tinha tantos atletas...” então tive que enfatizar ainda mais seu nível técnico, fisiológico e competitivo! Em primeira instância sei que aquela turminha que me ouvia “não botou fé” no que eu falei, então tive que pedir confirmação de outro grande atleta presente no recinto que posso dizer que é Dinossauro do Triathlon Nacional chamado Gerson Döll.

Bom, o atleta que eu falava chama-se Gianmarco Luiz, o museu já conta com diversas fotos desse atleta que surgiu antes de Juraci, Cattinha, pedi para ele me escrever falando um pouco dos seus feitos e assim vocês poderão notar a nossa tradição nesse esporte com Gian, Marcelo Abreu, Cattinha, Juraci, Manochio...

RSomma: Quais foram seus melhores resultados no esporte?

Gian: Em Caiobá obtive o 4º lugar geral não lembro o ano, mas cheguei sprintando com Armando Barcellos e Marcus Ornelas tempo de 54 minutos, Troféu Brasil já no primeiro ano como profissional cheguei em 4º geral no final do campeonato, tricampeão Junior brasileiro e me passaram que estaria em 6º no ranking mundial Junior também, mas não tenho como provar este fato, no mundial do Canadá estava em 7º geral nos juniores no ciclismo quando tive que abandonar a prova por hipotermia e fui parar no hospital, para mim foi muito revoltante, pois o meu forte era a corrida e sabia que tinha chances reais de chegar ao pódio, nos outros dois mundiais eu não fui, pois não tinha patrocínio. Bati o recorde sul brasileiro de short triathlon por 14 vezes e sete vezes no Olímpico. Fui campeão brasileiro de duatlhon realizado em Limeira, que na época era organizado pelo Vanderlei Zanguelmi distancias de 5 km/40 km/5 km, lembro que no primeiro 5 km de corrida eu fiz para 14 minutos e 48 segundos e a segunda corrida fiz para 15 minutos e 13 segundos.

RSomma: Fale um pouco sobre suas marcas, suas parciais em treinamento, lembro de ter presenciado você fazer um tiro de 100m de pernada sem pé de patos em piscina de 20m para um tempo absurdo?

Gian:
Natação: 100 metros = 53 segundos; 800 metros = 8’07”; realmente fiz um tiro de 100m de pernada e o tempo foi de 1'07", na piscina da All Sport.
Ciclismo: 40 km = 55 minutos; 20 km no triatlhon em Caiobá fiz para 28 minutos os segundos eu não lembro e tinha vencido uma prova de contra relógio na BR-277 em 1992 quando me preparava para o mundial no Canadá e lembro que o Eduardo Alonso (triatleta) estava me acompanhando de carro logo atrás de mim e marcou o meu tempo, só que ao final o tempo foi alterado pela organização gerando uma polêmica e lembro que o tempo tinha sido quase 2 minutos mais rápido que o segundo colocado no geral, mas tinha usado a prova apenas como um treino forte apesar de estar inscrito. Também venci uma prova de ciclismo no Jardim Botânico onde meu pneu tinha furado e a princípio tinha desistido da prova, onde o Paulo Jamur estava assistindo e me deu a roda traseira dele para continuar,fiz uma prova de recuperação e faltando 3 voltas para o final peguei o pelotão e faltando duas voltas resolvi atacar, ninguém me acompanhou e na ultima volta o pessoal tentou fazer um ataque, mas venci praticamente com o pelotão me engolindo, foi muito marcante esta prova.
Corrida: 5 km na pista = 14'28"; 10km na pista = 29'38"; 21 km = 1h03'24"; em Santos no troféu Brasil nos 5 km fechei em 15'07" e na seletiva do mundial em Campinas conclui os 10 km em 30'40".


RSomma: Explique aos leitores porque parou e o que faz hoje?

Gian: Abandonei minha carreira no triathlon por falta de patrocínio e isto estava me tirando do sério na época,lembro que minhas últimas 3 provas eu bati dois recordes sul brasileiros no triathlon de Caiobá e no internacional de Santos,falei para mim mesmo que não voltaria mais a competir em alta performance e iria cuidar da minha carreira profissional, dito e feito. Mas como dito continuo praticando esportes, mas agora por prazer e adrenalina na veia.